Correlaçäo entre hipótese diagnóstica e laudo de tomografia axial computadorizada craniana / Correlation between diagnostic hypothesis and result of cranial computed axial tomography

Para avaliar a utilizaçäo da tomografia axial computadorizada craniana (TC) em nosso meio, analisamos as solicitaçöes de 367 exames consecutivos no período compreendido entre 07/1995 e 07/1996. Houve ampla variaçäo da faixa etária, com média de 31,7 ± 22,9 anos. As especialidades que mais solicitaram o exame foram: Neurologia (36,2 por cento), Pronto Atendimento (17,4 por cento), Neuropediatria (16,9 por cento) e Clínica Médica (5,9 por cento). As indicaçöes mais frequentes para o exame foram: convulsäo (30 por cento), cefaléia (26,2 por cento), déficit motor (20,2 por cento) e reduçäo do nível de consciência (16,9 por cento). As "hipóteses" aventadas com maior frequência foram: afastar lesäo estrutural (9,0 por cento), acidente vascular näo discriminado (8,2 por cento) e neurocisticercose (8,2 por cento). O laudo da TC foi normal em 50,4 por cento dos exames. Os laudos anormais mais frequentes foram: hidrocefalia (5,4 por cento), acidente vascular isquêmico (5,4 por cento) e neoplasia (3,5 por cento). As maiores taxas de achados normais foram encontradas nas "hipóteses" de cefaléia (94,4 por cento), convulsäo (71,4 por cento) e afastar lesäo estrutural (66,7 por cento). Os maiores índices de acerto entre hipótese e laudo foram encontrados nas situaçöes de "afastar lesöes estruturais" (66,7 por cento), hidrocefalia (50 por cento), acidente vascular cerebral isquêmico (50 por cento) e hematoma (50 por cento). Concluimos que a utilizaçäo de um recurso auxiliar de diagnóstico como a TC cumpre melhor ainda a sua funçäo se o requisitante do exame preencher com clareza e detalhamento o pedido do exame

Gastroenterocolites agudas na infância: avaliaçäo de 42 casos / Acute gastroenterocolitis in childhood evaluation of 42 cases

Os objetivos do trabalho incluíram avaliar os fatores de risco e o quadro clínico das gastroenterocolites agudas (GECAS) na populaçäo pediátrica, exames laboratoriais de Screening e a incidência dos agentes etiológicos. Para issso, avaliamos 42 crianças internadas no Hospital de Clínicas da UFPr entre 11/11/96 a 10/06/97, com diagnóstico de GECA. Foram aplicados questionários à mäes, realizado o exame físico e colhidos exames de Screening (reaçäo leucocitária-RL, substâncias redutoras-SR, sangue oculto-SO e pH nas fezes), leucograma, coprocultura, parasitológico (PF) e pesquisa de antígenos virais (AV) nas fezes. Observamos que a faixa etária média foi de 7,6 meses, sendo 69 por cento masculinos. A duraçäo média foi de 4,8 dias. Houve vômitos em 33 casos, febre em 36, e dor abdominal em cinco. Houve o aleitamento materno exclusivo até 6 meses em 4 crianças, 26 pacientes possuiam saneamento básico. O grau de DEEC foi leve em 10 casos, moderado em 6 e grave em 26. O PF foi positivo em 2 casos (A lumbricoides e G lamblia) e o AV em 7 (rotavirus-5, adenovirus-2). As hipóteses diagnósticas, foram de GECA bacteriana em 73,8 por cento, viral em 21,4 por cento, parasitária em 9,5 por cento, sintomática em 2,4 por cento e inconclusiva em 9,6 por cento. Com estes resultados concluímos que saneamento inadequado e desmame precoce apresentaram taxas elevadas, os exames de Screening näo foram significativos para definiçäo da etiologia, é baixa a taxa de detecçäo do agente etiológico e a gravidade do quadro clínico näo está relacionada à provável etiologia da doença